quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
PINTAR O TEU ANIVERSÁRIO com 3 pintores
Uma Flor do outro Mundo - um Poema de Aniversário para 29/12/09
Num só verso pode nascer uma flor do outro mundo.
basta regá-lo com palavras estranhas
bem nas entranhas
deste poema de aniversário.
líquidas
iridiscentes
vítreas
nascem pétalas incertas a empurrar esta data.
são dessa flor estrangeira feita de sílabas
que soletram o nascer. novo ser.
basta cantar-lhe poesia. vê-la neste telescópio
criado mesmo agora para a poder ver:
T E L E S C Ó P I O
e ao espreitar a límpida lente vê
todo o espaço em branco da não escrita
todo o espaço negro que o universo não ocupa
e uma flor do outro mundo
impressa a tinta tão espessa
que o teu nome quase não se lê
por detrás dos estames
deste poema de aniversário.
PARABÉNS ANABELA!
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Só para mim, Luís Miguel Nava
domingo, 20 de dezembro de 2009
O Senhor Walser - Gonçalo M. Tavares
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
A Mulher que Prendeu a Chuva - Teolinda Gersão
Sobre a escritora Teolinda Gersão, Vergílio Ferreira disse um dia: «É uma cúmplice, nesta loucura de encher a vida a escrever romances. Como se numa multidão indiferente alguém erguesse a voz para me saudar. Como se num deserto alguém esperasse para lhe passar o testemunho. Como se de repente eu fosse menos louco».
Também eu me sinto feliz e menos louca ao ler estas palavras do grande Vergílio Ferreira.... e sobretudo feliz por pressentir que o mundo da literatura de ficção arrasta cumplicidades tão fortes e amizades tão sinceras como se vê raramente. Como se a linguagem de uns e de outros escritores fosse ela própria pessoas que nos fascinam, pessoas inesquecíveis, com olhares profundos sobre as coisas que acontecem sem palavras que as descrevam. Rostos com quem falamos sem sermos vistos. Verdades brancas.
"Foi então que percebi que falavam . Uma delas sobretudo, era a que falava, a outra limitava-se a lançar interrogações, ou a emitir sons, de quando em quando. Eram duas vozes diferentes, que se manifestavam de maneira desigual.
A chuva, ouvi dizer uma delas. Foi por causa da chuva (...)
Foi por causa da chuva, repetiu.
Não chovia há muito tempo e tudo tinha começado a morrer. Até as árvores e os pássaros. As pessoas tropeçavam em pássaros mortos. (...).
Tudo tinha secado, a terra abria fendas, ouvi a mulher dizer ainda. Gretada de falta de água. A terra tinha feridas na pele. Animais morriam. Pessoas morriam. Crianças morriam. O ribeiro secou. O céu secou. As folhas torciam-se, nas árvores, e depois também as árvores secavam. (...)
Então começaram vozes, nas pessoas da aldeia (...)
Alguém era culpado pela seca. E depois começaram as vozes, na aldeia, de que a culpada era aquela mulher. Outros diziam que não. Ninguém sabia ao certo. Mas a seca não acabava, e tudo continuava a morrer.
Até que chamaram o feiticeiro. Acenderam o lume e queimaram ervas e ele bebeu o que tinha que beber e ficou toda a noite a murmurar palavras que ninguém entendia. Pela manhã vieram os Mais Velhos e ele disse que era por causa da mulher. Foi isso que ele disse e todos ouviram: Aquela mulher prendeu a chuva.
Então os Mais Velhos entenderam o que se ia passar e olharam para o chão, porque tinham piedade da mulher que vivia sozinha, afastada da aldeia. Muito tempo antes o marido tinha-a abandonado e morrera-lhe um filho e ela tinha chorado tanto que o seu corpo tinha secado, os seus olhos tinham secado, toda ela se tinha tornado um tronco seco, dobrado para o chão. Tinha-se tornado bravia como um animal, nunca se ouvia falar, só gemia, e gritava às vezes de noite.
Essa mulher, repetiu o feiticeiro olhando para o chão.
Acendeu o cachimbo e soprou devagar o fumo: Ela prendeu a chuva.
Mas ninguém queria matá-la. E também o feiticeiro disse que não era por sua vontade.
Ficaram parados, como se esperassem. Todos os da aldeia, sentados debaixo de uma árvore. E o tempo também parou, e não passava.(...)
Então um jovem ofereceu-se. Eu vou, disse. Como se fosse igual matar a mulher, ou ser morto.(...)
Ele foi ter com ela à cabana e passou a noite com ela. Dormiu com ela e fez amor com ela. Passou-lhe as mãos no sexo, nos seios, nos cabelos, acariciou-a com ternura e depois apertou-a com os braços, como se fosse outra vez fazer amor com ela, apertou mais e mais, em torno do pescoço até sufocá-la. E depois veio cá fora da cabana, com a mulher morta nos braços e deitou-a na terra e todos caminharam em silêncio em volta. (...)
E então começou a chover, disse a mulher. Então começou a chover."
Teolinda Gersão, A Mulher que Prendeu a chuva, Sextante Editora
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
O Tempo e as Coisas - Um olhar sobre o Tempo e a Fotografia
domingo, 13 de dezembro de 2009
O meu ruído preferido - texto produzido na Oficina de Escrita Criativa 5 estrelas
O meu ruído preferido
É como uma motosserra que está mesmo ao lado do meu ouvido, irritante, assustadora.
O estimulante ruído é sempre impertinente e inconveniente a caminho de casa, na estrada que tomo, depois da escola. Ao fim da tarde, lá vem aquele ruído debilitante, que até me faz arredar num salto, quase caindo no chão com um medo tremendo. Porém adoro aquele barulho ensurdecedor que arrepia os nervos como uma aranha a passear-se lenta à flor da pele, quando não me posso mover.
Que fascínio o raio do ruído me provoca… Qual ruído?!?
É, claro, o VRRRUM-VRRRUM de qualquer mota.
Deixo o endereço da oficina de escrita criativa onde este texto mora:
http://escritacriativa75estrelas.blogspot.com/
Os Cantores de Leitura - Maria Gabriela LLansol
Eu,
p. 22
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Dicionário técnico-literário dos Bloom Books – 35
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Noventa anos após o paradoxo de Valéry
Trata-se de um texto que Luís Carmelo publicou, muito interessante e sobre uma das obras de Valéry (sobre o qual pouco ou nada sei).
Espero que te entusiasme... muitos beijos.
domingo, 6 de dezembro de 2009
Dicionário de Gonçalo M. Tavares
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Sobre Boris Pasternak - Gonçalo M. Tavares
Foto Uma árvore não é assim tão branca (H.P. Ahnit Nof)
Hoje a Anabela entrou pela minha casa dentro em formato de jornal. Transformou a sua ternura e a beleza do seu pestanejar em cada edição do JL que quinzenalmente recebo, tão feliz, no espaço mais íntimo que tenho.Edito o texto da biblioteca dedicado nesta quinzena ao poeta russo e autor do imortal "Dr. Jivago", que achei mais uma manifestação da inteligência e sensibilidade invulgares de M. Tavares. Obrigada Anabela, pela felicidade que me trazes a toda a hora.
Sobre Boris Pasternak
De um lado, a neve. Do outro, a neve.
Podes partir para um lado ou para outro.
Encontrarás o mesmo.
Se ficares no mesmo sítio, só esperando alguns meses deixarás de ter neve. Se te mexeres, só esperando alguns meses deixarás de ter neve.
Que estranho, pensa ele.
Andando ou ficando parado: tens de esperar.
(Que lindo caminho que Gonçalo M. Tavares constrói para comunicar coisas tão simples como esta: há cicunstâncias em que o único remédio é aguardarmos por um dia melhor...A neve como elemento constrangedor da resolução humana e a perplexidade criada à volta do personagem, que todos nós somos, foram opções estupendas do autor para conseguir um texto, aparentemente redundante, porém essencialmente fascinante.Fico pasmada com o facto das frases serem reproduzidas pelo processo de repetição, ainda que partindo de expressões instauradores de contraste, de forma a causarem a mesma sensação de irresolução, de impotência que um nevão produz naquele que quer decidir-se pelo caminho melhor,quando todo ele é invencível. Boris Pasternak teve na realidade que esperar para ter reconhecimento no seu próprio país pois a obra Dr Jivago foi proibida na URSS por mostrar como se vivia o comunismo. O autor não pode, inclusive, receber o prémio nobel da literatura por razões políticas criadas pelo seu próprio país. Neve e mais neve que até se derreter - em 1989 com a queda do muro - o levou a ver passar como uma paisagem quase toda a sua vida.)
Deixo ainda um poema sublime de Boris Pasternak:
Também a vida é só um instante,
apenas um dissolver-se,
de nós mesmos nos outros,
Como um dom que se faz.
Apenas um rumor de bodas que,debaixo,
irrompe pelas janelas,
nada além de um canto, um sonho,
uma pomba azul-cinzentada.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
75 anos de Mensagem
Doce Pat, o Paulo sugeriu-nos o sítio que deixo de seguida. O Gonçalo M. tavares escreve lá regularmente. Aproveitei a navegação para roubar esta notícia para ti...
http://www.pnetliteratura.pt
Passam hoje, dia 1 de Dezembro, 75 anos sobre a publicação da primeira edição de Mensagem de Fernando Pessoa. Para assinalar a efeméride, a Biblioteca Nacional de Portugal (BNP), a Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas e a Câmara Municipal de Lisboa promovem uma sessão comemorativa no anfiteatro da BNP com a presença de Eduardo Lourenço, Manuel Alegre e Vasco Graça Moura.
Ler tudo aqui:http://www.bnportugal.pt
A minha irmã é uma embarcação em descoberta

Por dentro da viagem que domina, encontro o instante em que habitei no seu ventre. Não me perguntem como foi isto possível… Sinto-o no espaço da prega rente ao corpo do seu vestido de lã. Num prenúncio do seu umbigo encoberto, que me surge repentinamente, como um ouvido. Acontece-me um umbigo-búzio. É de lá que ouço os meus segredos em maré cheia. Encontro o meu ser primitivamente balbuciante, ainda sob flutuações sem quaisquer palavras. O meu princípio.
Fiz-me da língua frenesi que ela fala. Desse amor que se desprende dos seus lábios, do avesso das suas pálpebras fechadas, vindo de um âmago infinitamente belo, como nunca se viu.
Acerca de Estar Doente - Virginia Woolf
Para além disto adoro frases assim tão longas e tão perfeitamente compreensíveis (esta tem 166 palavras!) que parecem mesmo auto-representarem-se em forma de diagrama. Gertrude Stein (poeta e feminista genial!) escreveu, um dia: " Não conheço realmente nada mais excitante do que fazer diagramas de frases." Escusado será dizer que quando encontrei este parecer, me rendi aos encantos da frase longa e elegante em que podemos avaliar cada palavra à luz da secreta modificação que cada frase incute no nome, no prazer da descoberta dos antecedentes concretos de cada uma das suas inúmeras orações... o desenho do mapa de um tesouro.
Devia Morrer-se de Outra Maneira - José Ferreira Gomes

domingo, 29 de novembro de 2009
Tanto de meu estado me acho incerto - Camões

Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, justamente choro e rio,
O mundo todo abarco e nada aperto.
É tudo quanto sinto, um desconcerto;
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio,
Agora desvario, agora acerto.
Estando em terra, chego ao Céu voando;
Numa hora acho mil anos, e é jeito
Que em mil anos não posso achar uma hora.
Se me pergunta alguém por que assim ando,
Respondo que não sei; porém suspeito
Que só porque vos vi, minha Senhora.
Hoje andei particularmente feliz ao ler um "sem número" de vezes este poema - sem dúvida um dos meus predilectos de Camões. Todos os anos, quando chega o momento de dar a conhecer a lírica de Camões aos alunos, é uma festa para o meu espírito. São semanas felizes, trabalho sem trabalho, feito só de prazer de leitura, de leitura de prazer. E penso sempre ao reler este poema (e tantos outros): Que novidade poderá ser escrita pelos novos poetas perante um amor assim dito, nestas palavras desmesuradas de tensão e, simultaneamente, contidas em sílabas certamente contadas pelos dedos? Palavras nuas, palavras sóbrias para um amor, que como verdadeiro amor, não cabe no peito de quem o sente.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Arte Digital
É um livro a natureza - diz o fotógrafo neste olhar que imprime e tranforma o real a seu bel-prazer. E as cores chamam com força alguém que as distinga e lhes entenda a textura, criando na paisagem uma e outra letras que se pareçam com um gesto, um embarque, uma curva mais estreita onde caiba uma emoção humana.
domingo, 22 de novembro de 2009
Discurso Directo de David Mourão-Ferreira

quinta-feira, 19 de novembro de 2009
TETRO
Para saber mais sobre a carreira de Coppola:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Francis_Ford_Coppola
O trailer de Tetro:
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
CINANIMA

In attic: who has a birthday (de Jiri Barta): de acordo com a crítica, uma animação fabulosa
Boogie, el acetoso (do argentino Gustavo Cova): segundo a crítica trata-se de uma obra excessivamente violenta e inspirada numa BD proibida na Argentina durante a ditadura
Fonte: Jornal de Letras de 4-17 de Novembro 2009
terça-feira, 17 de novembro de 2009
ST. VINCENT
Ana Bela Ana,
espero que gostes muito desta música de St Vincent e dos National que para mim é soberba. Ambas as vozes são distintas e belas como os cantores. Conseguem contar histórias e despertar emoções que fazem de nós outros. É um lance de dados novo, um sobrevoar sobre tudo o que não interessa nesta rotina irremediavelmente absurda do trabalho. E viva a música e o sonho que traz. Bjs amiga...
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Parabéns José Saramago
sábado, 14 de novembro de 2009
Ainda Ondjaki

Ondjaki

Doce Pat, nao sei se leste o texto que Ondjaki escreveu na ultima ediçao do JL. Caso nao o tenhas feito sugiro-te que o faças pois e´´ um texto belisimo de Outono: "Carta de Bloomington Indiana". Fiquei maravilhada com a descriçao que este autor (tao novo!) faz dos tons e das sensaçoes desta epoca tao cativante. Uma verdadeira alma poetica... E as fotos (tiradas pelo proprio) sao magnificas... repara bem nesta ultima: um chao repleto de folhas lindas...
e que e´´ um adepto do twitter
Coloquei no nosso cantinho imaginarium o endereço para mais facilmente sabermos por onde vagueia! Muitos sonhos...
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Parábolas e Fragmentos - Franz Kafka

Um autor de fascínio que, neste livrinho me torna a espantar com tantas ideias em forma de apontamentos e impressões descomprometidas ao nível temático, alguns deles incluindo desenhos de riscos primários e elucidativos (à semelhança do que Gonçalo M. Tavares faz com os senhores do bairro). Todos estes fragmentos revelam a total solidão de Kafka e sua singularidade de pensamento. As "parábolas" merecem um estudo prefaciado por João Barrento mostrando-nos a propósito delas como «...atravessando as palavras há restos de luz...». Um livro especial, que nos deixa lê-lo aos pedaços, possuí-lo de forma fragmentada, sem por isso desviar-se dos sentidos primeiros dos textos. Transcrevo dois deles, que como os restantes fragmentos, são estrutural e tematicamente primorosos:
1.
2. A Aldeia Vizinha
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Anos de Cão - Günter Grass

9 -11-1989- Recordando a queda do Muro
Lembrei-me por isso, de colocar uma musica e um trailer de um filme em que Berlim aparece como cenario ou personagem principal (depende dos pontos de vista!)... A pelicula e´ Asas do Desejo, de Wim Wenders, sobre a qual ja tanto falamos doce Pat, e a musica e´ dos Radiohead. Embora o filme nao trate do muro, o cenario centra-se numa capital bastante devastada, acabada de entrar num pos guerra traumatico e o muro (que aparece debilmente) acentua esse drama. Achei interessante revermos o sonho e os anseios de um povo verdadeiramente humilhado... o filme e´´ de rara beleza, muito profundo no sentido filosofico e, na minha opiniao, o que melhor retrata a capital alema no contexto da historia do seculo XX.
Para mim, e sem duvida, dos mais belos filmes de sempre...
domingo, 8 de novembro de 2009
Emily Jane White
Ana Bela Ana,
Obrigada pelo post anterior que me dedicas.
Em resposta, trago-te uma música muito bonita nesta noite fria em que a nossa amizade parece suspensa em algumas notas musicais e numa ou noutra folha da Tília que me espreita na portada da frente, cada vez que o vento lhe concede balanço. A música de que gosto mostra-me palavras e inúmeras possibilidades de as alcançar...como num sonho.
Sara Tavares, uma vozinha magnifica
Achei belas as letras destas musicas e decidi dedicar um post a esta nossa querida cantora.
As musicas sao so´ para ti! Espero que as aprecies. Um optimo Domingo...
Escutando no vento
Tua voz secreta
Que me sopra por dentro
Deixe-me ser só ser
No teu colo eu me entrego
Para que me nutras
E me envolvas
Deixa-me ser só ser
Um ponto de luz
Que me seduz
Aceso na alma
Um ponto de luz
Que me conduz
Aceso na alma
Por trás dessa nuvem
Ardendo no céu
O fogo do sol rai
Eternamente quente
Liberta-me a mente
Liberta-me a mente
Um ponto de luz
Que me seduz
Aceso na alma
Um ponto de luz
Que me seduz
Rui Veloso e Sara Tavares
Composição: Carlos Tê / Rui Veloso
Saiu decidida para a rua
Com a carteira castanha
E o saia-casaco escuro
Tantos anos tantas noites
Sem sequer uma loucura
Ele saiu sem dizer nada
Talvez fosse ao teatro chino
Vai regressar de madrugada
E acordá-la cheio de vinho
Tantos anos tantas noites
Sem nunca sentir a paixão
Foram já as bodas de prata
Comemoradas em solidão
Pôs um pouco de baton
E um leve toque de pintura
Tirou do cabelo o travessão
E devolveu ao rosto a candura
Saiu para a rua insegura
Vageou sem direcção
Sorriu a um homem com tremura
E sentiu escorrer do coração
A humidade quente da loucura
sábado, 7 de novembro de 2009
Uma Data em Cada Mão - Livro de Horas I de Maria Gabriela LLansol
