Na contracapa: "Agora com nove cartas inéditas, este volume reúne a correspondência trocada entre Sophia de Mello Breyner e Jorge de Sena. O resultado é um impressionante retrato social, histórico e moral do Portugal dos anos 60 e 70. Retrato de um país perdido. Retrato de “dezoito anos de ausência que poderiam ter sido dezoito anos de convívio, de encontros, conversas, riso comum, aflições e alegrias comunicadas.” Retrato de um país roubado."
A partir da leitura de "Correspondência 1959-1978" entre Sophia de Mello Breyner e Jorge de Sena, recentemente reeditada pela Editora Guerra e Paz, não pude fazer outra coisa senão revisitar os poemas de Jorge de Sena (tão declaradamente maiores para Sophia). Um dos versos de Andante (que destaco a vermelho) é comentado pela poeta:" Este último verso está no centro da sua poesia. Em toda ela há como que o testemunho de que o poeta é o homem que não perde a coragem com a qual nasceu."
ANDANTE
IV
Não é de um medo enorme que ressurge a vida?
As crianças nascem com uma coragem que perdem.
As mães provocam-nas em si com uma coragem de carne.
E os homens levam-nas consigo sem as conhecer.
As crianças nascem com uma coragem que perdem.
As mães provocam-nas em si com uma coragem de carne.
E os homens levam-nas consigo sem as conhecer.
Jorge de Sena
Sem comentários:
Enviar um comentário