GOZO
Desvia o mar a rota
do calor
e cede a areia ao peso
desta rocha
que ao corpo grosso
do sol
do meu corpo
abro-lhe baixo a fenda de uma porta
e logo o ventre se curva
e adormece
e logo as mãos se fecham
e encaminham
e logo a boca rasga
e entontece
nos meus flancos
a faca e a frescura
daquilo que se abre e desfalece
enquanto tece o espasmo o seu disfarce
e uso do gozo
a sua melhor parte
JOELHO
Ponho um beijo
demorado
no topo do teu joelho
Desço-te a perna
arrastando
a saliva pelo meio
Onde a língua
segue o trilho
até onde vai o beijo
Não há nada
que disfarce
de ti aquilo que vejo
Em torno um mar
tão revolto
no cume o cimo do tempo
E os lençóis desalinhados
como se fosse
de vento
Volto então ao teu
joelho
entreabrindo-te as pernas
Deixando a boca
faminta
seguir o desejo nelas.
1 comentário:
Que belos quadros escolheste para acompanhar os poemas de Mª Teresa Horta. Sinto as palavras mais ferozes, mais eróticas do que as próprias pinturas. As palavras apagaram as cores e linhas ousadas dos quadros. As palavras ganharam as cores dos quadros que nos deste. As palavras foram encaixilhadas, tão bem, por ti...e as pinturas que colocaste ao lado das palavras entraram nos poemas e diluiram-se no infindo mosto da paixão. Mts bjs cheios de amizade
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