domingo, 13 de março de 2011

NÃO HÁ DOMINGO SEM POESIA

Há dias poderosos de uma presença total.
Toco-te a mão que assombra a minha
mão - E a cara, tão lírica,
aterradora, frente
a frente, cercada pela tensão lunar.
Vejo-a crispar-se com a minha imagem
inserida . E escrevo:
«Quando eu morrer.» - erguendo esse espelho
em tamanho de espuma.
Como se fosse beleza, a transfusão amarga,
o sopro boca a boca.

Herberto Helder, Última Ciência

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