sábado, 17 de abril de 2010

CORRESPONDÊNCIA


Na contracapa: "Agora com nove car­tas iné­di­tas, este volume reúne a cor­res­pon­dên­cia tro­cada entre Sophia de Mello Brey­ner e Jorge de Sena. O resul­tado é um impres­si­o­nante retrato social, his­tó­rico e moral do Por­tu­gal dos anos 60 e 70. Retrato de um país per­dido. Retrato de “dezoito anos de ausên­cia que pode­riam ter sido dezoito anos de con­ví­vio, de encon­tros, con­ver­sas, riso comum, afli­ções e ale­grias comu­ni­ca­das.” Retrato de um país roubado."




A partir da leitura de "Correspondência 1959-1978" entre Sophia de Mello Breyner e Jorge de Sena, recentemente reeditada pela Editora Guerra e Paz, não pude fazer outra coisa senão revisitar os poemas de Jorge de Sena (tão declaradamente maiores para Sophia). Um dos versos de Andante (que destaco a vermelho) é comentado pela poeta:" Este último verso está no centro da sua poesia. Em toda ela há como que o testemunho de que o poeta é o homem que não perde a coragem com a qual nasceu."


ANDANTE

IV

Não é de um medo enorme que ressurge a vida?
As crianças nascem com uma coragem que perdem.
As mães provocam-nas em si com uma coragem de carne.
E os homens levam-nas consigo sem as conhecer.


Jorge de Sena






Sem comentários: