segunda-feira, 26 de abril de 2010

TELA HABITADA - HELENA ALMEIDA


Quem me dera presa numa tela onde encontrasse o teu olhar a perseguir-me, as tuas mãos a tactearem cores, a reinventarem a palavra, a embrulhá-la para, naquele quarto pequeno, naquela parede defronte, fazer-me de novo o centro de tensão ou os limites do desejo, enfim, o fim da ilusão do encantamento. E eu rompesse, sem soluços, esse tabu da autoria de todo o texto que fiz meu, surgindo assim às revoadas, para me reconheceres irrepetível, calma, límpida, em tudo o que num só dia te disse.

1 comentário:

Anónimo disse...

Belo texto e com um um intesidade sentimental muito forte.

Bjs

.....o regresado FL.....