Muitos
Muitos
Tu não és um és muitos
como aquela árvore
é todas as folhas que mexem
como aquele mar
é todas as ondas que avançam
como aquela casa
é todas as luzes acesas
como esta rua
é todas as vozes que nela palpitam
e todos os carros que a atravessam
em ruídos escuros de uma memória.
abres silêncio ao arredares os lençóis
levando contigo todos os outros
translúcidos de desejo e eu não receio
todas as mãos que trazes
por detrás das costas
fortes, cheias de uma calma morna,
desfeitas num só gesto horizontal
que me invade com a mesma verdade
apesar de seres muitos e afinal só um.
4 comentários:
Doçura
muito muito muito... obrigada por tantos mimos, muitos mimos! O poema é lindo (a propósito de quem é? é mesmo teu?)! Parece que, como por magia, o uno se divide em múltiplos mas não deixando nunca de ser UM afinal! A perspectiva filosófica é brilhante!
Afinal o efeito multiplicador pode existir! Onde se encontra esse operador magnífico que consegue replicar e unir tanto EU?
Amiguinha, nem imaginas as torrentes de emoções que me vão na alma ao ler este poema, sinto-me contudo impotente para falar desse efeito em mim pois falta-me a agilidade da escrita! Nem todos temos esse dom e isso chga até a causar-me enjoos porque de modo alguma este comentário expressa o que sinto!
Fico à espera que mo leias e dessa conversa que antevejo já, talvez consiga dar voz ao que sinto...
muitosa beijos e obrigadapelo presente
Anabela
Minha linda amiga,
quem te agradece sou eu por me convenceres que as palavras que trago na cabeça valem a pena serem passadas escritas e ditas em voz alta. Apesar de sentir que exageras no orgulho que tens em mim, fico orgulhosa com esse exagero de amiga. Vamos falar muito de poesia no próximo encontro. Mil beijos mil abraços
Pat
Belíssimo poema, sem dúvida!
Desculpem a minha a ausência prolongada, mas espero continuar a ser fiel a este blog, como já me habituei.
Quanto ao poema, que bela prova de amor e carinho. Parabéns à autora pela dedicação e à homenegeada pela fidelidade.
O vosso FL....
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