quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

JANELAS DO MUNDO

Ao lado desta janela fico com a cabeça mesmo no ar, entontecida, por isso ela não existe na minha realidade de mulher voadora. Junto da ausência dela, só existem as pálpebras fechadas, o pressentimento de passageiros desconhecidos muito perto e uma litânia da cor das nuvens repetida vezes sem conta, sem mexer os lábios, como a sonhar que a não-janela se tornará janela dentro em breve, com a paisagem por detrás dela a bater-me no vidro porque já lhe chega na ponta dos pés, no seu tamanho quase-quase natural.

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