terça-feira, 14 de dezembro de 2010

CARTAS DA LITERATURA

«Quero falar a sós contigo, dizer-te tudo pela primeira vez; hás-de ficar a saber toda a minha vida que sempre foi tua e acerca da qual jamais soubeste. Contudo apenas hás-de ficar a saber do meu segredo quando estiver morta, quando já não tiveres de responder-me, quando chegar verdadeiramente ao fim aquilo que agora me estremece pés e mãos, ora me afrontando ora me enregelando. Caso fique viva, então rasgarei esta carta e guardarei silêncio como sempre fiz. Caso a tenhas em teu poder, ficas então a saber ser uma morta quem te conta aqui a sua vida, que foi a tua desde a sua primeira até à sua última hora (...).»

Stefan Zweig, Carta de uma desconhecida, a esfera dos livros

Era o dia do seu quadragésimo aniversário e o conhecido romancista R. recebia, entrea habitual correspondência, uma misteriosa carta. Escrita à pressa, com letra de mulher, duas duzias de páginas de uma confissão que começava assim: «Para ti que nunca me conheceste.» Um relato dramático de uma mulher que ama, desesperadamente, um homem incapaz de amar alguém.

Carta de uma desconhecida é um dos mais aclamados livros de Stefan Zweig que traça um profundo retrato psicológico de uma mulher que amou sem ser amada. Uma relíquia literária onde o autor austríaco descreve com mestria os sentimentos humanos e o drama das suas condições.

(informação da contracapa)

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