quarta-feira, 22 de setembro de 2010

AQUILO QUE EU GOSTO NO TEU CORPO

Francis Bacon, Estudo sobre o Corpo Humano

Aquilo de que eu gosto no teu corpo é o sexo.
Aquilo de que eu gosto no teu sexo é a boca.
Aquilo de que eu gosto na tua boca é a língua.
Aquilo de que eu gosto na tua língua é a palavra.

Julio Cortázar, Papéis Inesperados

Um poema pode fazer-se como uma música: repetitivo, estimulante, expansivo, cortante, surpreendentemente directo, sensual. Cortázar também vive ainda nos poemas que deixou.

1 comentário:

Anabela disse...

doçura linda

adorei o encadeamento dos versos! Tudo faz sentido, colocadas as emoções desta forma de causa-efeito!! E repara que apesar de tanta sensualidade, ele acaba por considerar que a verdadeira essência da sensualidade é a palavra! Um contrasenso se pensarmos que a volúpia está intimamente relacionada com o sexo e menos com a palavra! Ele parte precisamente desse axioma para demonstrar que pode não ser assim!E por isso gostei deste jogo do gato e do rato!!!!
Adorei, amiguinha, este jogo que cortazar põe em prática com o leitor! Senti-me a jogá-lo e a achar uma vez mais que este senhor é simplesmente genial nas ideias que coloca no papel!!! Obrigada amiga do coração