No Pomar
"Miranda dormia no pomar, deitada numa espreguiçadeira debaixo da macieira. O seu livro caíra na relva, e o dedo parecia ainda apontar a frase «ce pays est vraiment un des coins du monde où le rire des filles éclate le mieux...» como se tivesse adormecido precisamente aí. As opalas no dedo refulgiam esverdeadas, refulgiam róseas e de novo refulgiam alaranjadas quando o sol, derramando-se pelas macieiras, incidia nelas. Depois quando soprou a brisa, o seu vestido roxo ondulou como flor presa a um caule; e apareceu a borboleta branca, soprando de lá para cá mesmo sobre o seu rosto.
A quatro pés no céu sobre a sua cabeça pendiam as maçãs. (...)"
p.53
Queria ter sido eu a criar o início deste conto que acho simplesmente belo. Este e outros contos como "A marca na parede", "Objectos sólidos", "O vestido novo", "Lappin e Lapinova" ou "O Legado" fazem da leitura um curto caminho até à felicidade.
1 comentário:
Minha amiga que eu sinto ter sido desde sempre!!!
Não tenhas pena... o trecho que coloste é muito belo mas tenho a certeza que conseguirás criar tanta ou mais beleza! Acredito no teu potencial imaginativo e criativo!!! ès absolutamente impressionate a juntar palavras e a recriar emoções! Continuo a considerar-te a melhor escritora viva! Pena que ninguém do mundo editorial te tenha conhecido! Quando isso acontecer, doçura minha, eles vão implorar (IMPLORAR) para que escrevas sem parar.....Adoro-te
Anabela
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