quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Buenos Aires, Argentina



Adorei esta imagem tirada por Kambrosis! O ar da avozinha inspira ternura e faz-me ter saudades de uma tia que me contava tantas histórias... Eu passava horas a ouvi-la. Chamava-se Cremilde...

1 comentário:

Leitoras SOS disse...

Bela Ana,

é realmente encantador como é possível ver retratada a candura da velhice numa simples fotografia a preto e branco na qual a personagem principal nem sequer olha para nós.Gostei muito.
A tua tia cremilde deve ser a minha tia odília (ou tia gorda, porque todas as outras tias eram magras) que preencheu grande parte do espaço de fantasia a que a minha criança se abria. Também ela contava com palavras deliciosas histórias - da sua gente, da sua aldeia, da sua rotina, dos livros grossos que requisitava na biblioteca gulbenkian de espinho - que me impressionavam como a cor do entardecer junto à praia. Era a voz narrativa mais alegre e mais amarga, como num tecido, que conhecia. Abalava-me saber que era esquizofrénica e imaginava que por detrás das suas histórias que me faziam sempre rir, podia surgir a qualquer instante o trágico numa espécie de faca com que mataria todos aqueles de quem gostava.Adorava-a e tinha-lhes muito medo, a ela e a todas as vozes que fazia para ilustrar a acção dos factos que, jurava a pés juntos, aconteceram mesmo, era uma vez...