sábado, 19 de setembro de 2009

Hopper, o pintor da solidão urbana


A maior solidão é a do ser que não ama, Vinicius de Moraes


A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana. A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro. O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.

1 comentário:

Leitoras SOS disse...

Gosto dos quadros de Hopper, não fosse eu citadina desde a nascença... Gosto da verdade do texto de Vinicius - " A maior solidão é a do ser que não ama".Gosto do post. Gosto de ti, amiga, para nunca me sentir só.